Estratégias de sedução
Comentando a Pergunta da Semana
A maioria das pessoas que responderam à enquete da semana acredita que é possível saber quando alguém está interessado por nós. A sedução é uma prática antiga.
No século 18, o sedutor profissional concebia planos, fingia emoções e desempenhava o seu papel com habilidade e dedicação, mas havia grande preocupação em ocultar os verdadeiros sentimentos. A prática de conquistar mulheres acompanha os últimos cinco mil anos da história da humanidade. Alguns conquistadores atravessam os tempos, como Casanova e Don Juan, que nomearam conquistadores futuros.
Os sedutores continuam atuando no século 21, usando as mais variadas estratégias. Entretanto, "o maior erro que podemos cometer é pensar que o outro nos seduziu: eu fui seduzido pelas minhas próprias imagens, que o outro foi apenas capaz de evocar", afirma o psicólogo italiano Aldo Carotenuto.
Apesar de serem variadas as formas de expressar o interesse por outra pessoa, há que afirme existir um padrão universal de comportamento no flerte.
Para comprovar isso dois pesquisadores passaram centenas de horas em bares americanos e canadenses observando homens e mulheres escolhendo-se entre si. A americana antropóloga Helen Fisher dividiu em cinco estágios a sedução nesses bares:
1) "Estabelecer o território e chamar a atenção para si" – Homens usam os gestos exagerados, erguem os ombros; os mais velhos mostram jóias como prova de sucesso. Mulheres ajeitam o cabelo, empinam as costas, balançam os quadris.
2) "Reconhecimento" – Basta um sorriso para que o jogo esteja aceito e então os dois se aproximam.
3) "Conversa" – A voz fica mais alta, suave e musical. O que se diz tem menos importância do que a forma como é dita. Falar é revelar nossas intenções.
4) "Contato físico" – Atitudes de intenção (aproximação dos pés, braços, etc) até chegar ao toque propriamente dito. O tato é considerado o sentido-mestre. Se a outra pessoa retribuir o toque, é porque já aceitou um contato corporal.
5) "Sintonia corporal" – Os corpos começam a se mover em um só movimento. Os ombros se aproximam e os corpos ficam de frente um para o outro. Enquanto um passa a mão no cabelo, o outro também o faz, e assim por diante.
Contudo, o instrumento mais importante do namoro entre seres humanos, segundo a antropóloga, é o olhar. Aldo Carotenuto concorda. Ele diz que no momento fomos obrigados a experimentar um contato pré-verbal. Logo depois do nascimento, o único instrumento que tínhamos para nos comunicar com o mundo eram nossos olhos, que sempre encontram outros olhos. Para ele é aí que tem a origem da sedução através do olhar.
Fisher, diz que o olhar desperta uma parte primitiva do ser humano, provocando duas reações – aceitação ou rejeição. Olhar no olho do outro é uma prática de vários animais. Na verdade, é impossível ignorar o olhar de uma pessoa fixado em nós; isso exige uma reação.
Podemos sorrir e começar a conversar; ou podemos olhar para o outro lado e nos afastar do local. Mas primeiro levamos a mão até a orelha, ajeitamos a roupa, bocejamos, mexemos nos óculos ou realizamos qualquer outro movimento sem nenhum sentido – um "gesto de disfarce" – para aliviar a ansiedade, enquanto pensamos em como reagir a esse convite: se vamos embora ou se ficamos e aceitamos participar do jogo da sedução.
Helen Fisher conclui então que talvez sejam os olhos – não o coração, os genitais ou o cérebro – que deem início ao romance, já que muitas vezes é a partir do olhar que ocorre o sorriso.
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