O medo de amar
Comentando a Pergunta da Semana
A grande maioria das pessoas que responderam à enquete da semana acredita que amar assusta muita gente. Mas isso não é novidade, pelo contrário, o medo de amar é bastante antigo. Os romanos, há dois mil anos, desenvolveram a ideia de prudência, por isso lutavam contra o amor, visando evitar o sofrimento. Acreditavam que o homem prudente afasta seus pensamentos para longe do amor, que devia ser cuidadosamente evitado.
O psicólogo italiano Aldo Carotenuto, estudioso do tema, faz interessantes considerações. Ele acredita que está ao alcance de todos a possibilidade de fazer mal ao outro mesmo amando-o. Não é um fenômeno fácil de se explicar; talvez a razão deva ser buscada no fato de que, de qualquer maneira, nós nos sentimos arrebatados e violados; ninguém pode impunemente conquistar a nossa dimensão interna, assim como acontece nessa experiência.
E então pode ocorrer que a necessidade, talvez inconsciente, de violar o outro e de fazer-lhe mal seja a sutil vingança de quem se sente completamente possuído. Eis por que o amor é "coisa cheia de medo", eis por que ao lado dos sentimentos mais sublimes experimentamos também temor dessa experiência.
Quando amamos, somos olhados por dentro e isso não é tão simples. Para Carotenuto tornar manifesta a própria interioridade induz à vergonha, porque na nossa cultura isso equivale a uma admissão de fraqueza. Existem pessoas que dificilmente conseguem se entregar ao próprio sentimento, porque temem correr algum risco.
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