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Ela tem um namoro nada convencional e explica por que isso a satisfaz

Universa

16/04/2020 04h00

 

Carol é professora universitária. Separada há muitos anos do primeiro marido, me contou como é sua relação com Fred, e porque ela muito surpreende os amigos. Eles moram na mesma cidade, mas só se encontram a cada 15 dias e é raro se falarem nesse intervalo.

 Quando vocês começaram o relacionamento?

Conheci o Fred aos 50 anos. Ele tinha 53. Estamos juntos há 12 anos. Eu vinha de três casamentos, só um com filhos e outro em casas separadas. Eu não desejava casar novamente, tinha atestado de "incompetência" para morar junto.

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Por quê?

É dificílimo manter o amor na relação cotidiana. Os desgastes do dia a dia me distraiam das coisas boas do relacionamento, as relações se acomodavam e, o que mais incomodava — a mim e ao parceiro — era que perdia o tesão.

Mas o amor continuava?

Sim. Só que amor fraterno. Eu trazia pra relação os mesmos vícios dos casamentos anteriores, sobretudo a patrulha e o certificado de propriedade. Por muitos anos me culpei por essa dificuldade, mas hoje acho mesmo que cada um escolhe como quer viver uma relação amorosa. Pra mim, viver grudado nunca funcionou. Achei até que dificilmente encontraria alguém que me aceitasse desse jeito. Afinal, como disse pro Fred no primeiro dia de namoro, não preciso de homem para nada, só para trepar.. Mais tarde soube que essa frase o arrebatou… rs.

E o Fred?

Ele tinha um grande respeito pela minha função de liderança (no grupo de atividade em que nos encontramos) e não queria mexer com aquilo de forma leviana. Fora isso, me confidenciou depois, tinha muito medo de eu querer grudar, já que vinha sendo "atacado" quando as mulheres que se davam conta de que aquele moreno enxuto, bem humorado e estabelecido na vida estava solteiro! Somente quando foi transferido para Brasília (três meses depois de nossa aproximação) é que ele realmente chegou junto.

.Como surgiu esse relacionamento tão diferente da maioria?

Nunca imaginei que fosse encontrar alguém que me deixasse "solta" naquela altura da vida. Rapidamente, entendi que Fred era o meu "parquinho de diversões" quinzenal.

Vocês se consideram um casal perfeito?

Não somos um casal perfeito. Quando algo engastalha, nos separamos, mesmo quando é o fim de semana de nos encontrarmos. Cada um pra seu lado, para não ficar remoendo. Nunca tivemos uma briga feia, talvez porque nunca nos permitimos chegar a isso.

O que fez vocês decidirem, apesar de morarem na mesma cidade, se encontrarem somente de 15 em 15 dias?

Após seis anos, ele veio de volta pro Rio. Daí, crise no casal: como passar a se ver toda semana? Ficamos preocupados de a proximidade modificar as coisas entre a gente. Foi então que Fred propôs: "E não dá pra gente continuar se vendo de 15 em 15 dias?". Nossa! Aquilo foi espetacular! Então, nos mantemos até hoje com esse jeito de levar a vida a dois, mesmo morando a 20 minutos de distância um do outro.

Quais as vantagens de uma relacionamento dessa forma?

A maior vantagem é eu não me perder de mim, continuar tendo noção do que é meu e o que é do outro, pois já tive uma tendência a me embolar. Nesses 12 anos juntos, poucas vezes perdemos essa percepção de nossa individualidade.

— E as desvantagens?

Sinceramente? Desconheço.

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Sobre a autora

Regina Navarro Lins é psicanalista e escritora, autora de 12 livros sobre relacionamento amoroso e sexual, entre eles o best seller “A Cama na Varanda”, “O Livro do Amor” e "Novas Formas de Amar". Atende em consultório particular há 45 anos e realiza palestras por todo o Brasil. É consultora e participante do programa “Amor & Sexo”, da TV Globo, e apresenta o quadro semanal Sexo em Pauta, no programa Em Pauta, da Globonews. Nasceu e vive no Rio de Janeiro.

Sobre o blog

A proposta deste espaço interativo é estimular a reflexão sobre formas de viver o amor e o sexo, dando uma contribuição para a mudança das mentalidades, pois acreditamos que, ao se livrarem dos preconceitos, as pessoas vivem com mais satisfação.

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