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Flacidez e gordurinhas não devem atrapalhar atração no sexo

Universa

22/09/2018 10h58

A youtuber Alexandra Gurgel, do canal Alexandrismos, relata ao UOL o sofrimento que viveu desde a infância por ser gorda. "O processo de aceitar o próprio corpo começou há três anos, quando conheceu o feminismo. 'Me forcei a entender que não tinha nada de errado comigo'. No canal, Alexandra fala de como começou a se respeitar, de gordofobia, de body positive, assuntos abordados também no livro que a jornalista vai lançar no dia 29, em São Paulo. "Pare de se odiar" é uma aula de como combater e como lidar com a gordofobia."

Não são poucas as mulheres que sentem vergonha do corpo, principalmente, na hora do sexo. Já ouvi diversos comentários a respeito:

"Acho que gordurinha ou flacidez pode atrapalhar o sexo. Nós mulheres nos preocupamos muito com isso.";

"Eu me preocupo, a flacidez e as gordurinhas podem abalar nossa autoconfiança. Vivemos numa sociedade que supervaloriza o corpo malhado, todo definido";

"Pior de tudo é uma barriga grande que impede um bom encaixe.";

"A maioria das mulheres vive uma busca constante do 'corpo ideal', de um padrão estabelecido pela sociedade, e quando não o atinge, vem a frustração e a vergonha. Eu mesma deixei de sentir prazer por vergonha do corpo."

Existe uma diferença fundamental entre o erotismo masculino e o feminino. O erotismo masculino é ativado pela forma do corpo, pela beleza física, pelo fascínio, pela capacidade de sedução. Como diz o sociólogo italiano Francesco Alberoni, se um homem tiver de escolher entre fazer sexo com uma atriz famosa, mas feia, ou com uma deliciosa garota desconhecida, não terá dúvidas em escolher a segunda.

Na mulher, para Alberoni, seria diferente: o erotismo profundamente influenciado pelo sucesso, pelo reconhecimento social, pelo aplauso, pela classificação no elenco da vida. O homem quer fazer sexo com uma mulher bonita e sensual.

A mulher quer fazer sexo com um artista famoso, com um líder, com quem é amado pelas outras mulheres, com quem é respeitado pela sociedade. Mas isso é fácil de entender, se lembrarmos que as mulheres, durante milênios, para se sentir protegidas, aprenderam a erotizar a relação com o poderoso.

Apesar dessas observações, a atração sexual é uma coisa misteriosa. Por que nos sentimos atraídos por alguém e de que forma atrair a pessoa desejada é o que todos tentam descobrir. Geralmente se pensa logo na beleza e, como primeira impressão, a aparência é fundamental mesmo. Mas sendo o belo também condicionado pela cultura, os tipos ideais variam de época e lugar, desempenhando um papel fundamental na escolha do parceiro sexual.

Contudo, as pessoas que conseguem se libertar da submissão aos padrões de beleza estabelecidos podem se sentir atraídas por aspectos mais sutis percebidos no jeito de ser do outro, ao contrário de ficarem presas a gordurinhas e barriguinhas.

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Sobre a autora

Regina Navarro Lins é psicanalista e escritora, autora de 12 livros sobre relacionamento amoroso e sexual, entre eles o best seller “A Cama na Varanda”, “O Livro do Amor” e "Novas Formas de Amar". Atende em consultório particular há 45 anos e realiza palestras por todo o Brasil. É consultora e participante do programa “Amor & Sexo”, da TV Globo, e apresenta o quadro semanal Sexo em Pauta, no programa Em Pauta, da Globonews. Nasceu e vive no Rio de Janeiro.

Sobre o blog

A proposta deste espaço interativo é estimular a reflexão sobre formas de viver o amor e o sexo, dando uma contribuição para a mudança das mentalidades, pois acreditamos que, ao se livrarem dos preconceitos, as pessoas vivem com mais satisfação.

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