Topo

A intolerável intolerância na Copa da Rússia

Universa

09/06/2018 20h12

Ilustração: Lumi Mae

Em Rostov, uma das 11 cidades sedes da Copa do Mundo de 2018, na Rússia, grupo paramilitar impedirá carícias entre gays. Cerca de 300 membros deste grupo se juntarão à polícia russa para proibir que casais do mesmo sexo se beijem, abracem ou andem de mãos dadas. Vão vigiar e se virem alguém em "atitude suspeita" denunciarão à polícia.

O grupo russo que terá a missão de reprimir carinhos e beijos é considerado bastante violento. Um bom exemplo dessa total inversão de valores é a frase de Leonardo Matlovich, soldado da Força Aérea Americana condecorado por sua atuação na Guerra do Vietnã e expulso da corporação em 1975 por ser homossexual.  "A Força Aérea me condecorou por matar dois homens no Vietnã e me expulsou por amar um."

A intolerância às diferenças tem uma longa história. No século 13, os reis Eduardo I da Inglaterra e Luís IX da França chegaram, inclusive, ao ponto de decretar a morte dos homossexuais na fogueira. E Afonso X de Castela, pasmem, determinou que eles deviam ser castrados e pendurados pelas pernas até morrer. Sendo assim, foram colocados no mesmo nível dos assassinos e traidores.

No século 19, a homossexualidade foi incorporada ao campo da medicina, passando a ser encarada pelos mais liberais como uma doença a ser tratada. Nos anos 60 surge o movimento gay, disposto a mostrar que heterossexualidade não é a única forma de sexualidade normal e, em 1973, a Associação Médica Americana retira a homossexualidade da categoria de doença.

Mas nem isso é suficiente para acabar com o preconceito, pois a mentalidade patriarcal insiste em identificar masculinidade com heterossexualidade. Em 73 países é crime ser homossexual e, em 13 a punição é a pena de morte.

No Brasil, ainda bem, não é crime nem há pena de morte para homossexuais, mas não podemos esquecer da vergonhosa estatística que mostra que somos o país que mais assassina a população LGBT

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

A intolerável intolerância na Copa da Rússia - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre a autora

Regina Navarro Lins é psicanalista e escritora, autora de 12 livros sobre relacionamento amoroso e sexual, entre eles o best seller “A Cama na Varanda”, “O Livro do Amor” e "Novas Formas de Amar". Atende em consultório particular há 45 anos e realiza palestras por todo o Brasil. É consultora e participante do programa “Amor & Sexo”, da TV Globo, e apresenta o quadro semanal Sexo em Pauta, no programa Em Pauta, da Globonews. Nasceu e vive no Rio de Janeiro.

Sobre o blog

A proposta deste espaço interativo é estimular a reflexão sobre formas de viver o amor e o sexo, dando uma contribuição para a mudança das mentalidades, pois acreditamos que, ao se livrarem dos preconceitos, as pessoas vivem com mais satisfação.

Mais Posts