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Até pouco tempo, mulher que gozava sem amar era ninfomaníaca

Regina Navarro Lins

16/08/2017 13h49

Crédito: Getty Images

"Meus orgasmos são melhores aos 80 anos": a sexualidade feminina na terceira idade . Essa foi a chamada da matéria sobre um programa da rádio BBC, em Londres, em que três inglesas falaram abertamente sobre sexo na terceira idade.

Perguntadas a respeito dos orgasmos quando você é mais velho, elas foram unânimes: "Provavelmente melhor", respondeu Shirley. "Eu também acho", diz Dee. Melhor aos 80 que aos 20 anos de idade? Joyce respondeu, convicta: "Sim, acredito de verdade que é melhor".

Essa é uma grande conquista das mulheres. No século 19, o prazer sexual era visto como algo degradante. O neuropsiquiatra alemão Krafft-Ebing, estudioso da patologia sexual, encarava a sexualidade, para as mulheres, como uma espécie de doença repugnante. Sobre elas, era categórico:

"Se a mulher for normalmente desenvolvida e mentalmente bem criada, seu desejo sexual será pequeno. Se assim não fora, o mundo todo se transformaria num prostíbulo e o casamento e a família impossíveis. Não há dúvida de que o homem que evita as mulheres e a mulher que busca os homens são anormais."

No século 20, o orgasmo feminino começa a ser admitido com muita cautela. A mulher que gozava sem amor era tida como ninfomaníaca, ao passo que o homem casado que frequentava os bordéis era considerado normal. Mulheres de mais idade buscarem prazer sexual seria considerado uma indecência.

Apesar de as mentalidades terem mudado bastante, a maioria das pesquisas mostra que 60% das mulheres têm dificuldade para atingir o orgasmo. Sem dúvida, é um número muito alto e significa que a maioria delas desconhece o mais intenso prazer físico que um ser humano pode experimentar.

É muito provável que, libertando-se dos modelos de amor, casamento e sexo, impostos pela cultura patriarcal, que transformou o sexo num meio de afirmação da masculinidade para os homens e de submissão para as mulheres, ambos comecem a usufruir livremente da troca de sensações de prazer, e o orgasmo se torne muito melhor e fácil de ser alcançado.

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Sobre a autora

Regina Navarro Lins é psicanalista e escritora, autora de 12 livros sobre relacionamento amoroso e sexual, entre eles o best seller “A Cama na Varanda”, “O Livro do Amor” e "Novas Formas de Amar". Atende em consultório particular há 45 anos e realiza palestras por todo o Brasil. É consultora e participante do programa “Amor & Sexo”, da TV Globo, e apresenta o quadro semanal Sexo em Pauta, no programa Em Pauta, da Globonews. Nasceu e vive no Rio de Janeiro.

Sobre o blog

A proposta deste espaço interativo é estimular a reflexão sobre formas de viver o amor e o sexo, dando uma contribuição para a mudança das mentalidades, pois acreditamos que, ao se livrarem dos preconceitos, as pessoas vivem com mais satisfação.

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