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Sobre o sexo oral

Regina Navarro Lins

04/07/2015 08h23

Ilustração: Lumi Mae

Comentando o "Se eu fosse você"

A questão da semana é o caso da internauta que vai se casar no final do ano, mas o namorado disse que ela não sabe transar, que não faz sexo oral nele, e que não quer se casar e ficar procurando prostitutas para se satisfazer. Ela diz que tem nojo de colocar sua boca no pênis dele. Pela História, vemos que o sexo oral sempre teve destaque.

Em Roma, há dois mil anos, havia três interdições sexuais para o homem: dormir com a própria irmã, dormir com uma sacerdotisa, ser passivo no sexo anal. Essas três práticas foram atribuídas a tiranos como Nero e Calígula, mas os romanos acreditavam que fundamental era ser o ativo; era preciso sempre dominar. O sexo oral não era bem visto, considerado uma desonra para o homem por colocá-lo a serviço da mulher.

O sexo oral era, originalmente, usado pelas meretrizes. Egípcias que se prostituíam costumavam pintar a boca como se fosse vulva para assim excitar os clientes. Mas há outras curiosidades a respeito dessa prática.

Dizem que imperatriz chinesa Wu Hu, que reinou durante a dinastia T'ang (700-900 d.c.), criou um decreto real, pelo qual todas as autoridades do governo e visitantes eram obrigados a prestar homenagem a Sua Alteza Imperial, praticando nela cunilíngua. Ela foi pintada em quadros, que a mostram em pé, com seu ornamentado robe aberto, enquanto um alto funcionário, humildemente ajoelhado à sua frente, coloca os lábios e a língua em seu clitóris imperial.

Apesar de o sexo oral ser a atividade que mais se pratica antes da cópula — pesquisas indicam que cerca de 75% dos casais experimentam a estimulação oral-genital e uns 40% a usam com alguma frequência — na nossa cultura ele sempre foi condenado, assim como todas as práticas que não levam à procriação.

O sexo oral é alvo de dois tipos de preconceito: imoralidade e falta de higiene. Os genitais são, para muita gente, considerados uma parte suja do corpo.

É sabido que a grande maioria do sexo que se pratica não é para a procriação, e com a higiene comum os órgãos sexuais podem ficar tão limpos e cheirosos como qualquer outra parte do corpo. Além disso, em condições normais, o pênis e a vulva contêm muito menos germes do que a boca.

Há estudos que indicam que os casais que praticam sexo oral têm mais chance de se ajustarem sexualmente. A boca e os genitais são os órgãos mais sensíveis do corpo e bastante receptivos às sensações de prazer.

Entretanto, muitas pessoas evitam esse tipo de sexo ou o utilizam, sentindo-se ansiosas e constrangidas, apenas para agradar o parceiro. Sexo oral, assim como qualquer outra prática sexual, só tem sentido se as pessoas envolvidas desejarem e sentirem prazer. Caso contrário o preço cobrado inconscientemente do outro pode ser tão alto que inviabilize a própria relação.

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Sobre a autora

Regina Navarro Lins é psicanalista e escritora, autora de 12 livros sobre relacionamento amoroso e sexual, entre eles o best seller “A Cama na Varanda”, “O Livro do Amor” e "Novas Formas de Amar". Atende em consultório particular há 45 anos e realiza palestras por todo o Brasil. É consultora e participante do programa “Amor & Sexo”, da TV Globo, e apresenta o quadro semanal Sexo em Pauta, no programa Em Pauta, da Globonews. Nasceu e vive no Rio de Janeiro.

Sobre o blog

A proposta deste espaço interativo é estimular a reflexão sobre formas de viver o amor e o sexo, dando uma contribuição para a mudança das mentalidades, pois acreditamos que, ao se livrarem dos preconceitos, as pessoas vivem com mais satisfação.

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