"Estou apaixonado por outra, mas trabalho na empresa da minha mulher"
"Após 14 anos de casado, aos 45 anos, minha vida era estável e feliz com minha mulher. Administro uma empresa que ela herdou do pai, e vivemos muito bem financeiramente. O problema é que me apaixonei por outra mulher e não consigo ignorar essa realidade. Minha mulher descobriu minha relação paralela e se afastou de mim. Avisou que vai pedir o divórcio e já falou com o advogado para me dispensar da empresa. Perco casa e emprego, e a mulher por quem estou apaixonado não vai poder me sustentar. Não sei o que fazer…"
***
Apesar de ser muito mais comum a mulher depender do marido, em alguns casos a situação se inverte. E não é menos dramática. Muitos devem se perguntar por que o internauta não se separa e arranja um emprego. Mas não é tão simples.
Além de todas as questões emocionais que envolvem a separação, a interferência de vínculos econômicos entre o casal dificulta qualquer decisão. Há casos em que após a separação, quem dependia do outro fica completamente sem condições de se manter. A questão é que somente a autonomia econômica pessoal permite a qualquer um dos cônjuges se separar a hora que quiser.
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Em diversas culturas a independência econômica está diretamente ligada ao divórcio. Na tribo yoruba, da África ocidental, as mulheres sempre controlaram o comércio. Elas cultivavam a terra e depois levavam a produção para um mercado totalmente dirigido por mulheres.
Além de comida, levavam para casa dinheiro e artigos supérfluos. Essa riqueza tornava-as independentes, resultando que mais de 46% dos casamentos entre os yoruba terminavam em divórcio.
Na tribo nadza, da Tanzânia, durante a época de chuvas, os cônjuges se afastam da aldeia — cada um para um lado —, em busca de comida. Lá existem muitas raízes, frutos silvestres e pequenos animais. Quando chega a estação seca, todos se reúnem perto dos poços de água e os homens saem para caçar animais maiores.
Aí conversam, dançam e dividem a carne. Mas, homens e mulheres nadza são independentes uns dos outros para a sobrevivência diária. Na década de 1960, o índice de divórcio entre eles foi quase cinco vezes maior que o dos Estados Unidos.
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