Intimidade e privacidade: quando é hora de revelar seus segredos?
Geralmente, há pouca privacidade no início de um relacionamento porque estamos nos "abrindo" ao contato com outro para que ele também nos conheça. À medida que aumenta a intimidade, diminui a privacidade.
O filósofo francês Pascal Bruckner traz outra forma de privacidade numa relação. "São várias as possibilidades de vida a dois sem a obrigatoriedade do tempo integral. O luxo supremo é morar em apartamentos separados ou, pelo menos, poder dispor de quartos separados para evitar a confusão de intimidades. Pode-se manter uma distância respeitosa, pode-se amar e desejar alguém fora…"
A terapeuta familiar americana Kaethe Weingarten acredita que não se pode ver a intimidade como um traço estático de uma relação, e sim como uma qualidade interativa que ocorre em momentos isolados e existe dentro e fora de compromissos de longo prazo.
Ela dá exemplos variados: há a sincronização de parceiros de dança, a súbita identificação entre estranhos num avião, a solidariedade de testemunhas de uma catástrofe, o reconhecimento mútuo de sobreviventes — de câncer de mama, alcoolismo, terrorismo, divórcio.
Existe a intimidade entre profissionais e aqueles a quem eles servem — médico e paciente, terapeuta e cliente, stripper e frequentador. Podem ser intimidades circunstanciais e não ter continuidade.
Para o psicólogo italiano Willy Pasin a intimidade exige o abandono da couraça que protege o que temos de mais íntimo: quanto mais a intimidade é compartilhada, mais o outro tem livre trânsito para as nossas coisas mais secretas.
Mas só uma autoestima elevada leva a viver tal "despir-se" como oportunidade, e não como ameaça. Quem pensa que deve esconder as partes de si que considera inconfessáveis vive inevitavelmente a intimidade como se fosse um risco pessoal.
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