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Regina Navarro Lins

Fluidez sexual: por que é tão difícil aceitar a bissexualidade

Universa

31/08/2019 04h00

"Sou muito bem resolvida com a minha sexualidade. As pessoas deveriam se preocupar com a censura que está ocorrendo no Brasil, os vetos em relação a projetos voltados à comunidade LGBT. Se tivesse mais instrução, educação, não haveria essa comoção em relação ao fato de eu ser livre", disse a atriz Débora Nascimento, numa entrevista. Em outro momento, ela afirmou ao youtuber Matheus Massafera se relacionar com mulher e assumir gostar de pessoas.

Débora não está sozinha. A atriz e diretora americana, Jodie Foster, por exemplo, teve seu desejo sexual por mulheres revelado num livro escrito por seu próprio irmão. Entrevistada pelos jornais, declarou: "Tive uma ótima educação, que nunca me fez diferenciar homens e mulheres."

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Em 1975, a famosa antropóloga Margareth Mead declarou: "Acho que chegou o tempo em que devemos reconhecer a bissexualidade como uma forma normal de comportamento humano. É importante mudar atitudes tradicionais em relação à homossexualidade, mas realmente não deveremos conseguir retirar a carapaça de nossas crenças culturais sobre escolha sexual se não admitirmos a capacidade bem documentada (atestada no correr dos tempos) de o ser humano amar pessoas de ambos os sexos".

O pesquisador americano Alfred Kinsey acredita que a homossexualidade e a heterossexualidade exclusivas representam extremos do amplo espectro da sexualidade humana. Para ele, a fluidez dos desejos sexuais faz com que pelo menos metade das pessoas, sinta, em graus variados, desejo pelos dois sexos.

A psicóloga americana June Singer diz que a maioria das pessoas acredita pertencer a uma das três categorias: heterossexuais, homossexuais ou bissexuais. Caso não se aceitem membros de uma categoria fixa, buscam modificações para se enquadrarem numa delas.

"Acredito que essas categorias sexuais, quando usadas como rótulos, fixam na mente uma ideia que não deveria ser fixa, mas extremamente fluida. Nós só estamos encapsulados numa categoria quando deixamos que isso aconteça conosco", conclui ela.

Sobre a autora

Regina Navarro Lins é psicanalista e escritora, autora de 12 livros sobre relacionamento amoroso e sexual, entre eles o best seller “A Cama na Varanda”, “O Livro do Amor” e "Novas Formas de Amar". Atende em consultório particular há 45 anos e realiza palestras por todo o Brasil. É consultora e participante do programa “Amor & Sexo”, da TV Globo, e apresenta o quadro semanal Sexo em Pauta, no programa Em Pauta, da Globonews. Nasceu e vive no Rio de Janeiro.

Sobre o blog

A proposta deste espaço interativo é estimular a reflexão sobre formas de viver o amor e o sexo, dando uma contribuição para a mudança das mentalidades, pois acreditamos que, ao se livrarem dos preconceitos, as pessoas vivem com mais satisfação.

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