Ainda estamos engatinhando quando o assunto é se comunicar com pessoas
"O ser humano está nos primórdios da comunicação, apenas no limiar de abandonar a etiqueta destrutiva, o fútil jogo das aparências", afirma o historiador inglês Theodore Zeldin. Para ele, o ruído do mundo é feito de silêncios, na medida em que é muito difícil a verdadeira comunicação entre as pessoas. Há incompreensão e desentendimento nas conversas. Na maior parte dos encontros, orgulho ou cautela ainda proíbem alguém de dizer o que sente no íntimo. É um desperdício de oportunidades sempre que um encontro se realiza e nada acontece.
No passado, a comunicação era criada para, principalmente, dominar os outros e era usada para passar informações e se dizerem coisas que eram esperadas pelas pessoas. Havia uma obediência à etiqueta, que era mais importante do que ser sincero. A seu ver, o século 21 precisa de uma nova meta: desenvolver, não simplesmente a arte de falar, mas a verdadeira arte da conversa, que, esta sim, é capaz de mudar as pessoas. Estamos nos primeiros estágios de aprendizagem de como se falar com outro. Estamos na infância da comunicação.
Zeldin considera que uma boa conversa é estimulante e irresistível; não é só transmitir informações ou compartilhar emoções, e tampouco apenas um modo de colocar ideias na cabeça de outras pessoas. Toda conversa é um encontro entre espíritos que possuem lembranças e hábitos diversos. Quando os espíritos se encontram, não se limitam a trocar fatos: eles os transformam, dão-lhes nova forma, tiram deles implicações diferentes, empreendem um novo encadeamento de pensamentos.
"Conversar não é apenas reembaralhar as cartas: é criar novas cartas para o baralho. O aspecto da prática da conversa que mais me estimula é o fato de poder mudar os sentimentos, as ideias e a maneira como vemos o mundo, além de poder mudar até mesmo o próprio mundo.", conclui o historiador.
Na maioria das vezes não é o que acontece. A comunicação amorosa é, há muito tempo, prejudicada pelo antagonismo entre os sexos. As escolas tradicionais sempre se esforçaram para ensinar aos alunos modos de ser e de se relacionar que os condicionem a se ajustar aos modelos estabelecidos. Isso implica na aceitação incondicional dos papéis até agora desempenhados por homens e mulheres.
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