"Não tenho orgasmo com meu namorado. Fiquei com medo e comecei a fingir"
"Tenho 28 anos, namoro há três e vamos nos casar no final do ano. O problema é que estou decepcionada com a nossa vida sexual. O sexo com meu namorado é muito rápido; ele quase não me faz carícias antes. Já tentei conversar e pedir a ele que faça diferente, mas ele se zangou alegando que é o homem da relação e portanto detesta ser conduzido. No início eu não fingia ter orgasmo, mas ele ficava irritado e me contava sobre outras mulheres que teve e que se sentiam plenamente satisfeitas. Acabei me convencendo de que o problema é meu. Fiquei com medo dele se desinteressar de fazer sexo comigo. Comecei a fingir. Ele não percebe e já me conformei com isso."
***
Durante milênios a mulher aprendeu a ser submissa ao homem e a se esforçar para corresponder às expectativas dele. A falta de desejo sexual era um aspecto importante da feminilidade e condição para que ela fosse aceita e admirada.
Entretanto, após a pílula, nossa história começou a mudar e passamos, nas últimas décadas, por uma transformação radical no que diz respeito à sexualidade feminina. Quando o sexo foi dissociado da procriação, pôde se ligar exclusivamente ao prazer e a mulher, então, reivindicou e ganhou o direito a esse prazer.
O homem, por sua vez, confuso com mudanças tão repentinas, encontrou no orgasmo da parceira um alento para o medo que o atormentava: o de não satisfazer a mulher e por isso ser trocado por outro. Situação que, sem dúvida, afetaria sua certeza de ser macho. Agora, ao contrário de outras épocas, o orgasmo feminino passou a ser importante para seu equilíbrio emocional.
Muitas mulheres percebendo isso, e exatamente da mesma forma que suas mães e avós fizeram, se submetem ao homem. Embora se sintam cada vez mais livres no sexo e na vida, elas fingem o orgasmo porque ainda não se desligaram totalmente da ideia de que, para manter um homem ao seu lado, devem agradá-lo em tudo e nunca frustrá-lo.
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