A cela matrimonial
Uma britânica, Tini Owens, 68 anos, casada há 40, deseja se divorciar do marido, por se sentir infeliz. Como o marido, 80 anos, se recusou a dar o divórcio, ela entrou na Justiça, mas teve seu pedido negado pela Suprema Corte. Pela legislação do Reino Unido só é possível obter o divórcio sem o consentimento do marido ou da esposa se o casal estiver separado há pelo menos cinco anos. Tini, será obrigada a permanecer casada até 2020. O advogado disse que ela está "devastada" e que se sente impedida de "seguir adiante com a própria vida".
Ao me deparar com essa notícia, tive a sensação de ter entrado numa máquina do tempo. Presenciei situações semelhantes aqui no Brasil, nos anos 1970. Uma amiga que não suportava mais o seu casamento, foi obrigada a continuar casada porque o marido não aceitou se desquitar dela (o divórcio só passou a existir em dezembro de 1977). Algumas mulheres nessa época lançavam mão de estratégias para chantagear o marido e, assim, conseguir a liberdade.
Essa limitação imposta à vida das mulheres do Reino Unido vai na contramão da História do Ocidente, onde acredita-se cada vez menos que a união de duas pessoas deva exigir sacrifícios. Observa-se a tendência a não se desejar mais pagar qualquer preço apenas para ter alguém ao lado.Casais mais velhos, no Brasil e em outros países, estão se divorciado.
O jornal americano The New York Times publicou, há alguns anos, matéria mostrando que entre os americanos com mais idade – acima de 55 anos, e até mesmo os que já passaram dos 80 – o divórcio é mais aceitável e comum que nunca, e tem até um nome: "divórcio grisalho". Vários fatores determinam o fenômeno, incluindo o aumento da longevidade e a crescente independência econômica das mulheres. Além disso, a melhora da saúde, proporcionada por vários tipos de remédios, como o Viagra para os homens, e a terapia de reposição hormonal para as mulheres, foram decisivos.
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