Amor entre mulheres: a possibilidade de uma relação longe dos estereótipos
Uma pesquisa da Public Health England, realizada com 7 mil mulheres, concluiu que apenas metade das entrevistadas está feliz com a vida sexual – mas estudos mostram que entre as lésbicas o índice é muito maior: pode superar os 70%.
Sue Mann, consultora de saúde pública responsável pela pesquisa da Public Health England, acrescenta que muitos homens deixam as preliminares de lado e acreditam que a parceira vai gozar apenas com a penetração, mas apenas 20% das mulheres, segundo a pesquisa, "chegam lá" sem estimulação clitoriana.
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Nas pesquisas de Shere Hite, realizada há algumas décadas, 144 mulheres (8% das entrevistadas) declararam preferir fazer sexo com mulheres. O fato de o corpo feminino não ser provido de órgão de penetração intriga as pessoas, que não entendem como pode haver uma relação sexual sem a presença do pênis.
Mas, "as mulheres têm um sistema de excitação diferente do homem. Sua excitação é uma resposta do corpo todo e não apenas genital", diz Hite. Lábios, língua, pescoço, orelha, barriga, costas, seios, nádegas, quadris, joelhos, são algumas das zonas erógenas mais importantes do corpo feminino. Muitas mulheres se queixam de que o homem, por não perceber isso, inicia o ato sexual tocando diretamente o clitóris e, sem preliminares, parte diretamente para a penetração.
Isso desagrada à mulher, já que a erotização do seu corpo não é necessariamente alcançada à custa de sensações genitais. Além disso, se o prazer sexual for medido por resposta orgástica — um índice duvidoso segundo as pesquisas de Hite — o sexo lésbico parece mais bem-sucedido do que a atividade heterossexual, e também por haver uma maior igualdade no dar e receber da experiência sexual.
Entre duas mulheres existe a possibilidade de viver uma relação fora dos estereótipos patriarcais de gênero. Mas os preconceitos são tantos, que ainda hoje alguns machões desinformados acreditam que uma mulher só é lésbica porque foi mal-amada por um homem.
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