Você é ativo ou passivo na hora de buscar um parceiro?
A crença de que só é possível ser feliz se houver alguém que amamos e que retribua o nosso amor faz com que a busca de um parceiro seja constante. O psiquiatra francês Jacques Salomé analisa dois tipos de busca por um parceiro: ele diz que dependendo da história ou dinâmica pessoal de cada um, essa busca será ativa ou passiva.
A busca é ativa quando passa, principalmente, por processos e estratégias da ordem da sedução. Por atitudes, comportamentos e investimentos orientados para o outro. Mobiliza a pessoa, é inventiva e suscita toda uma série de ações baseada, quase exclusivamente, no agir em favor do outro ou, até mesmo agir no lugar dele.
Salomé acredita que por mais generosas e dedicadas que, à primeira vista, possam parecer, as atenções derivadas dessa forma de busca muitas vezes visam criar um relacionamento de controle sobre o outro. As frases-chave que dão testemunho dessa dinâmica na relação são do tipo: "Você pode contar comigo"; "Não faça nada sem mim"; "Farei tudo por você", "Jamais abandonaria você…"
A busca de um parceiro é passiva quando é constituída, sobretudo, por expectativas, até mesmo exigências implícitas. A forma clínica principal dessa maneira de ser corresponde a síndrome bem conhecida de A bela adormecida no bosque.
Atinge tanto os homens quanto como as mulheres, isto é, todos os ingênuos que apenas sonham em cultivar a secreta e mágica esperança da chegada do Príncipe Encantado ou da deliciosa Princesa, suscetível de os despertar e satisfazer completamente.
Cada um espera que o outro venha a corresponder a suas necessidades e desejos, sendo capaz ao mesmo tempo de reparar as mágoas e satisfazer todas as carências, falhas e, até mesmo, preencher os vazios do passado — "Conto com você "; "Preciso de você "; "Não posso viver sem você "; "Sem você, não sou nada…"
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