"Quero me separar da minha mulher, mas não quero que meus filhos sofram"
"Tenho 40 anos e estou querendo me separar da minha mulher. As brigas lá em casa estão se tornando insuportáveis. A única saída que vejo é acabar com esse casamento, que já vai mal há muito tempo. Sei que não vai ser fácil ficar sozinho, mas a minha preocupação maior são meus filhos. Não suporto a ideia de vê-los sofrer, e se tornarem jovens inseguros… Meus pais acham que eu deveria mudar de ideia e não sair de casa, ou seja, acham que eu deveria me sacrificar pelas crianças."
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A prática de se separar, quando uma relação não é mais satisfatória, se torna cada vez mais comum. Ao contrário do que muitos pensam, não acredito que a separação faça os filhos sofrerem, e sim a culpa que os pais absorvem ou a incompetência deles para lidar naturalmente com a situação.
A socióloga Constance Ahrons, de Wisconsin, EUA, acompanhou por 20 anos um grupo de 173 filhos de divorciados. Ao atingir a idade adulta, o índice de problemas emocionais entre esse grupo era equivalente ao dos filhos de pais casados. Mas Ahrons observou que eles "emergiam mais fortes e mais amadurecidos que a média, apesar – ou talvez por causa – dos divórcios e recasamentos de seus pais"
Muitos casais, apesar do péssimo relacionamento, não admitem a possibilidade de separação por causa dos filhos. Nesses casos, os pais recusam-se a perceber que as crianças veem tudo, registram tudo e sofrem principalmente por aquilo que lhes é imposto sem que possam compreender.
Se os pais estão ansiosos, inquietos e insatisfeitos, seus filhos inevitavelmente se comportarão dessa forma. Aqueles pais que brigam, que se evitam ou que encontraram um equilíbrio de vida extremamente formal e frio funcionam como exemplo negativo, fazendo de seus filhos pessoas fechadas, desconfiadas e inseguras.
Apesar de estar aumentando o número de pais que ficam com a posse e guarda dos filhos, na maioria dos casos ela ainda é dada à mãe. Não são poucas as crianças que são usadas por uma das partes para agredir a outra. Isso é sem dúvida o que causa mais sofrimento às crianças quando os pais se separam.
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