Combate à solidão
A primeira-ministra britânica, Theresa May, nomeou na semana passada uma "secretária da Solidão", encarregada de buscar soluções para o problema, que afeta cerca de 9 milhões de pessoas no país, nas mais diversas faixas etárias. Apesar de ser registrada em todas as idades, a solidão no Reino Unido afeta acima de tudo pessoas com mais de 75 anos. Estima-se que metade das pessoas nessa faixa etária vivam sozinhas no país – muitas dizem passar dias e mesmo semanas sem nenhuma interação social.
Podemos abordar essa questão por três ângulos. O primeiro se refere a pessoas, principalmente mulheres, que se queixam de solidão por não ter um par amoroso fixo e estável. Apesar de toda a emancipação feminina muitas se sentem desvalorizadas. Ter um homem ao lado parece elevar a autoestima e fazer que se sintam mais importantes. É preciso mudar isso!
Há o caso de pessoas que vivem a solidão a dois no casamento, mas sentem tanto medo de se separar a que preferem se contentar com uma relação morna e frustrante do que arriscar a viverem sozinhas. Por medo da solidão suportam o insuportável tentando manter a estabilidade do vínculo, e não raro se tornam dois estranhos ocupando o mesmo espaço físico.
Muitas pessoas idosas se queixam de serem sozinhas. Mas boas ideias surgem. Em alguns lugares, idosos criam "repúblicas" para viver entre amigos. Na Espanha há oito projetos construídos para se passar a última etapa da vida com pessoas queridas. A ideia deu origem a Convivir, uma república autogerida na cidade espanhola de Cuenca. Hoje são 87 sócios e o lema é "Dar vida à Idade". "Mas não ficamos sentados o dia todo em uma cadeira entre desconhecidos", explicou um dos idosos. Compartilham tarefas, mantêm-se ativos, mas conservam sua independência.
De qualquer forma, a condição essencial para ficar bem sozinho é o exercício da autonomia pessoal. O caminho fica livre para um relacionamento mais profundo com os amigos, com crescimento da importância dos vínculos afetivos. E quando se perde o medo se percebe que estar só não significa necessariamente solidão.
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