O que é mais desejado: uma relação fechada com o outro ou liberdade?
O amor romântico povoa as mentalidades do Ocidente desde o século 12. Esse tipo de amor se caracteriza pela idealização do outro. Mas somos tão condicionados a desejar vivê-lo, que é comum se falar de amor como se ele nunca mudasse. Para o historiador inglês Theodore Zeldin, "os humanos são capazes de introduzir novos significados no amor, sem parar, e ficar surpresos como quem acabou de transformar trigo em pão, pudim de frutas em mil-folhas."
A fusão proposta pelo amor romântico é extremamente sedutora. A grande maioria das pessoas acredita que não há remédio melhor para o nosso desamparo do que a sensação de nos completarmos na relação com outra pessoa. Entretanto, no século 21, com tantas opções de vida, o que homens e mulheres mais desejam: estabilidade nas relações amorosas ou liberdade? Vivemos um período de grandes transformações no mundo, e, no que diz respeito ao amor, o dilema atual parece se situar entre o desejo de simbiose com o parceiro e o desejo de liberdade.
Baseado em estatísticas dos EUA e da Europa, Zeldin acredita que o mundo está dividido em três partes. Um terço das pessoas anseiam por liberdade, criatividade. O outro terço é cuidadoso, quer a rotina, a segurança, e não se preocupar. O último terço é composto de pessoas que estão incertas entre os dois. Se a pessoa se preocupa com a estabilidade na relação, vai se preocupar com cada amigo ou amiga que seu parceiro tenha, e isso impede que se desenvolva a liberdade.
No passado havia a ideia de possessão e sacrifício pelo outro. Embora haja pessoas ainda vivendo no passado, está surgindo uma nova dimensão do amor, onde há mais troca e a tentativa de um equilíbrio, sem sacrifícios. As fantasias do amor romântico se baseiam na dependência entre os amantes. Por essa razão, elas não conseguem mais satisfazer os anseios daqueles que pretendem se relacionar com seus parceiros como eles são e viver de forma mais independente.
O amor romântico começa a sair de cena, levando com ele a idealização do par romântico, com a ideia dos dois se transformarem num só e, consequentemente, a ideia de exclusividade. Com isso, abre-se a possibilidade de se amar e de se relacionar sexualmente com mais de uma pessoa ao mesmo tempo.
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