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Regina Navarro Lins

Feminismo: a palavra do ano

Regina Navarro Lins

13/12/2017 08h42

Marchas das Mulheres em Washington (EUA), em janeiro de 2017. Crédito: AFP 

Por ter sido uma das palavras mais buscadas, "feminismo" foi escolhida a palavra do ano por um dos principais dicionários norte-americanos, o Merriam-Webster. O sucesso da palavra estaria relacionado à Marcha das Mulheres em Washington, em janeiro, além de outras manifestações feministas ao longo do ano em todo o mundo. Segundo o dicionário, as denúncias de assédios sexuais em Hollywood contribuíram para uma maior união das mulheres, que teve grande repercussão.

A história da mulher é constante luta contra a opressão. Desde que o sistema patriarcal se instalou, há cinco mil anos, as mulheres sofreram todo tipo de constrangimento familiar e social. Foram humilhadas, menosprezadas, escravizadas e constantemente utilizadas como forma de prazer para os homens. Os progressivos direitos adquiridos são resultado de muitos anos de luta. O século 20 é marco do início da participação efetiva das mulheres na sociedade.

Em 1963, a americana Betty Friedan havia lançado A mística feminina, estudo em que analisa o vazio na mulher dona-de-casa, que se perguntava: "É isso a minha vida? A vida doméstica é uma mentira, somos prisioneiras do papel tradicional de esposas, mães, mulher do lar, dependentes economicamente".

No mesmo ano houve as marchas pelos direitos civis em Birmingham, Alabama, e do discurso de Martin Luther King Jr. "Eu tenho um sonho", em Washington. Em 1964, o presidente Lyndon Johnson assinou a Lei dos Direitos Civis, que incluía uma proibição contra a discriminação sexual no emprego.

Foi dentro deste contexto de grande consciência política que o movimento feminista nasceu. Em 1966, foi fundada a Organização Nacional para as Mulheres (National Organization for Women), e Betty Friedan foi sua primeira presidente.

Hoje sabemos que  o movimento pelos direitos iguais entre homens e mulheres não é interesse apenas das mulheres – os homens também ganham com essa nova realidade. Afinal, a educação machista que muitos meninos recebem causa grandes prejuízos a eles. Homens que definem as relações humanas em termos de papéis rígidos "masculino-superior" e "feminino-inferior", assim como os que definem sua identidade masculina em termos de controle, violência e repressão dos afetos, apresentam, em muitos casos, sérias dificuldades afetivas e sexuais.

Sobre a autora

Regina Navarro Lins é psicanalista e escritora, autora de 12 livros sobre relacionamento amoroso e sexual, entre eles o best seller “A Cama na Varanda”, “O Livro do Amor” e "Novas Formas de Amar". Atende em consultório particular há 45 anos e realiza palestras por todo o Brasil. É consultora e participante do programa “Amor & Sexo”, da TV Globo, e apresenta o quadro semanal Sexo em Pauta, no programa Em Pauta, da Globonews. Nasceu e vive no Rio de Janeiro.

Sobre o blog

A proposta deste espaço interativo é estimular a reflexão sobre formas de viver o amor e o sexo, dando uma contribuição para a mudança das mentalidades, pois acreditamos que, ao se livrarem dos preconceitos, as pessoas vivem com mais satisfação.

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