Sexo e o Cinema: como o erotismo ajudou a divulgar filmes e mudar costumes
Ilustração: Caio Borges
O advento do cinema, no final do século 19, multiplicou as possibilidades do erotismo artístico, antes limitado à pintura, gravuras e daguerreótipos. A imagem em movimento trouxe um realismo impensável ao sexo representado. Datam dessa época, logo após a invenção do cinematógrafo, os primeiros filmes eróticos, mudos, mas encantando e surpreendendo uma sociedade ainda carregada de preconceitos quanto ao que envolvesse a sexualidade.
Em 1896, o mutoscópio desfila séries fotográficas animadas com modelos se vestindo ou se despindo. Os cineastas confirmam a previsão de que o público quer sexo. Os filmes que mostram mulheres subindo nas árvores chegam ao dobro do faturamento de fitas sobre a guerra.
Inspirado numa peça da Broadway, Le Baiser (O beijo) é um dos primeiros hits da história do cinema. Mostra um beijo de língua. Autoridades médicas atentaram para os perigos da prática. Um leitor escreveu para o jornal Evening World protestando: " Essa forma de devorar os lábios é insuportável. Mas em formato gigante é insustentável". Em 1910 o cinema invadiu América e Europa.
Os jovens logo descobriram a delícia de namorar no cinema. Se havia uma cena alimentando a imaginação, melhor ainda. Os moralistas pediram mais luz nas salas de projeção, mas a audiência reclamou e os empresários da Europa central, que conduziam o cinema não cederam: "O público prefere a obscuridade".
Em 1913, Traffic d´âmes (Tráfico de Mulheres), que aborda o tema explicitado no título, alcança bilheterias de 450 mil dólares. É também um dos primeiros casos de marketing do cinema. O filme foi construído sobre a notícia alarmista de que 60 mil mulheres brancas eram vendidas como escravas nos EUA.
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