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Regina Navarro Lins

Quando o amor é uma fonte de frustração e não de felicidade

Regina Navarro Lins

03/08/2017 04h00

Ilustração: Caio Borges

O "primeiro olhar" é uma atitude comunicativa, uma apreensão intuitiva das qualidades do outro. É um processo de atração por alguém que pode tornar a vida de outra alguém, digamos assim, "completa."

Dalai Lama, líder espiritual do povo tibetano, ganhador de diversos prêmios, entre eles o Nobel da Paz, disse o que pensa sobre o amor romântico.

"Creio que deixando-se de lado o modo como a interminável busca do amor romântico pode afetar nossa evolução espiritual mais profunda, mesmo a partir da perspectiva de um modo de vida convencional, pode-se considerar a idealização desse tipo de amor romântico como uma manifestação extrema. Ao contrário daqueles relacionamentos baseados no afeto verdadeiro e carinhoso, essa é uma questão diferente. Não se pode vê-lo como algo positivo. É algo inatingível, baseado na fantasia e que pode, portanto, ser uma fonte de frustração. Por isso, por essa avaliação, ele não pode ser considerado um fator positivo."

É possível amar sem conversar, estar apaixonado sem falar. Para mantermos a fantasia de que o outro nos completa, exigimos dele ser tudo para nós e nos esforçamos em ser tudo para ele. Nada mais interessa; muitos abrem mão de coisas importantes, como se afasta dos amigos e de atividades que lhes são prazerosas, só para agradar ao outro.

Sobre a autora

Regina Navarro Lins é psicanalista e escritora, autora de 12 livros sobre relacionamento amoroso e sexual, entre eles o best seller “A Cama na Varanda”, “O Livro do Amor” e "Novas Formas de Amar". Atende em consultório particular há 45 anos e realiza palestras por todo o Brasil. É consultora e participante do programa “Amor & Sexo”, da TV Globo, e apresenta o quadro semanal Sexo em Pauta, no programa Em Pauta, da Globonews. Nasceu e vive no Rio de Janeiro.

Sobre o blog

A proposta deste espaço interativo é estimular a reflexão sobre formas de viver o amor e o sexo, dando uma contribuição para a mudança das mentalidades, pois acreditamos que, ao se livrarem dos preconceitos, as pessoas vivem com mais satisfação.

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