Odeio mentir para meu marido, mas amo ter dois homens. E agora?
Ilustração: Caio Borges
"Sou casada há 16 anos. Amo meu marido, mas ele não me satisfaz quando o assunto é a penetração. O pênis dele está bem abaixo da média. Achei que o amor superaria a questão e acabei casando. Apesar de estar feliz com ele em vários aspectos, a parte sexual me incomodava. Então, há dois anos, estou ficando com o professor de muay thai da minha academia. Ele me faz sentir feliz na cama! Minha relação com meu marido melhorou e tenho brilho no olhar. Eu me sinto viva! Amo muito meu marido e minha família. Amo muito fazer sexo com meu amante. Estou realizada. Não sinto culpa e viveria assim pelo resto da minha vida. Mas o que estou fazendo está correto? A minha religião diz que é pecado. A sociedade diz que é errado. "Trair" é uma das piores coisa que alguém pode fazer, gostam de dizer. Mas como abrir mão disso tudo se estou me sentindo tão bem? Queria continuar a fazer o que faço, mas não queria que minha felicidade causasse danos a outras pessoas. Se meu marido soubesse, ele sofreria e se separaria de mim. Não quero vê-lo sofrer e quero o amor dele. O que faço?"
***
A maioria das pessoas, em algum momento, vive a experiência de amor simultâneo a mais de uma pessoa. Além de parentes e amigos amamos pessoas com quem desejamos relacionamento afetivo-sexual. A questão é que nesses momentos nos sentimos pressionados pela opção obrigatória diante das muralhas culturais – morais e religiosas – que se erguem. Mas essa opção vem acompanhada de conflitos e dúvidas.
A psicóloga Noely Montes Moraes, autora de um livro sobre o tema, diz que "para buscar comodidade e segurança na vida amorosa como valor absoluto implica colocar-se à margem da vida, protegido por uma couraça. O resultado é a estagnação do fluxo vital e um empobrecimento de vivências. A pessoa assim defendida se torna superficial e um tanto pueril, quando não se torna também invejosa das pessoas que ousam dizer sim à vida, atacando-as com um moralismo rançoso."
Vários estudos mostram não haver nenhum tipo de evidência biológica ou antropológica na qual a monogamia seja "natural" ou "normal" no comportamento dos seres humanos. Pelo contrário, encontramos evidências suficientes que demonstram que as pessoas tendem a ter múltiplos parceiros sexuais.
Sentir desejo por alguém que não seja o parceiro fixo, quase todos sentem. Se vai ou não viver uma experiência sexual com essa pessoa, depende da visão que cada um tem do amor e do sexo.
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