Será que o Brasil está pronto para um líder gay e seu "primeiro-marido"?
Gauthier Desternay posa junto com as primeiras-damas em encontro da OTAN
Crédito: AFP
Na reunião dos líderes da Otan, em Bruxelas, Bélgica, na semana passada, a tradicional foto das primeiras damas foi muito comentada. Entre elas estava Gauthier Destenay, marido de Xavier Bettel, primeiro ministro de Luxemburgo. Eles se casaram em 2015, após cinco anos juntos.
Homens e mulheres há muito tempo são educados para corresponder ao papel masculino e feminino que deles se espera, e desde crianças aprendem que mais tarde deverão se relacionar afetiva e sexualmente com o sexo oposto. Por isso a imagem de um gay entre as primeiras damas, que tomou conta da mídia e da WEB nos últimos dias, provoca estranheza.
Na Grécia clássica, a homossexualidade era uma instituição e os gregos não se preocupavam em julgá-la. Nos séculos 12 e 13, começou na Europa uma repressão maciça, como parte de uma campanha contra heresias de toda natureza, que evoluiu até o terror da Inquisição.
No século 19, a atividade homossexual deixou de ser classificada como pecado e passou a ser considerada doença. O tabu só diminuiu com o surgimento dos anticoncepcionais, na década de 1960. A dissociação entre o ato sexual e a reprodução, possibilitou aos homossexuais sair da clandestinidade, na medida em que as práticas homo e hétero, ambas visando ao prazer, se aproximaram.
Apesar de hoje a homossexualidade não ser mais considerada doença e gays serem aceitos em vários setores da sociedade, um político numa área decisiva corre o risco de ser discriminado pelos preconceituosos. Como a sociedade brasileira reagiria? Qual seria a opinião dos religiosos?
Caminhamos para uma sociedade de parceria, e se nela o desejo de adquirir poder sobre os outros não predominar, a homossexualidade deixará de ser tratada como anomalia, passando a ser aceita como o que realmente é: tão normal quanto a heterossexualidade.
Aqui no Brasil, observando o ocorrido na prefeitura de Lins (SP), também temos um exemplo: Edgar de Souza, 38, casou-se no final de semana com o empresário Alexandre Luciano Trindade, 35, com quem mantinha relação estável há 13 anos. O casamento só aconteceu após a posse de Edgar, mas durante a campanha os adversários o atacaram pela orientação sexual. Um dos candidatos afirmou que a prefeitura se transformaria numa "boate gay". Mas o eleitorado não foi preconceituoso, e o novo prefeito declarou que ele e o noivo serão muito felizes. A reeleição do prefeito já é um bom sinal da mudança de mentalidade.
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