Os prejuízos da dependência econômica para a mulher
Comentando o "Se eu fosse você"
A questão da semana é o caso da internauta que não trabalha e tem uma filha de três anos. O marido sustenta a casa, mas não lhe deixa dinheiro para nada. Só lhe dá R$100,00 por mês. Ela gostaria de ter mais dinheiro para comprar roupa, ir ao cabelereiro…mas não sabe como falar com ele.
Os defensores do casamento insistem na sua importância social e na necessidade desse vínculo para a felicidade humana. Os mais liberais alegam que, se não der certo, as pessoas podem se separar.
As estatísticas mostram que as separações ocorrem cada vez com mais frequência e com menor tempo de união. A aceitação social de pessoas separadas se generaliza e aos poucos vão se eliminando aspectos que sempre dificultaram a vida dos separados: discriminação dos amigos, dificuldades no trabalho ou na carreira, credibilidade, etc.
Mas apesar disso, não é nada fácil decidir uma separação. Além de todos os fatores emocionais envolvidos, existe outro que contribui para dificultá-la ou mesmo torná-la impossível: a dependência econômica.
Em várias culturas a independência econômica está diretamente ligada ao divórcio. Na tribo Yoruba, da África ocidental, as mulheres sempre controlaram o comércio. Elas cultivavam a terra e depois levavam a produção para um mercado totalmente dirigido por mulheres.
Além de comida, levavam para casa dinheiro e artigos supérfluos. Essa riqueza tornava-as independentes, resultando que mais de 46% dos casamentos entre os yoruba terminam em divórcio.
Outro exemplo claro da influência do fator econômico é encontrado na tribo Nadza, da Tanzânia. Homens e mulheres são independentes uns dos outros para a sobrevivência diária. Na década de 60, o índice de divórcio entre eles foi quase cinco vezes maior do que nos Estados Unidos.
Sem dúvida, a autonomia econômica pessoal permite a qualquer um dos cônjuges se separar quando quiser, portanto, há muito menos divórcios em lugares onde existe sujeição econômica entre o casal.
No Ocidente, apesar da emancipação feminina da década de 70, a dependência das mulheres ainda é grande. Ouvi de alguns advogados, que atuaram em centenas de separações judiciais, a declaração que o casamento pode ser a maior fábrica de traumas e frustrações da humanidade. E que é impressionante a enorme subordinação econômica que as mulheres têm aos maridos.
Mesmo tendo uma profissão, a maioria das mulheres ainda não ganha o suficiente para manter a casa sozinha. A valorização da mulher "feminina e romântica" tem a ver com isso.
Muitas foram ensinadas a pensar que, por serem mulheres, não são capazes de viver por conta própria, que são frágeis, com absoluta necessidade de proteção. Há as que acreditam até que ser sustentadas é um direito que têm pelo simples fato de serem mulheres.
A consequência disso é a grande quantidade das que se veem forçadas a permanecer casadas, tendo que cumprir com esforço suas obrigações sexuais com o marido em troca de casa, comida e algum conforto.
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